Um levantamento
feito pela Agência
Câmara aponta que
77,8% dos deputados da comissão especial que vai analisar a redução da
maioridade penal são favoráveis à diminuição da idade para que um jovem seja
responsabilizado penalmente como um adulto. Os outros 22,2% são contrários à
mudança na legislação atual. A comissão tem 27 titulares e igual número de
suplentes (o levantamento não foi feito entre estes).
Entre os 21 deputados que
concordam com a redução, 51,8% defendem apenas para crimes hediondos, como
homicídio qualificado, latrocínio (roubo seguido de morte), estupro e
sequestro. Outros 25,9% propõem que a redução alcance qualquer crime cometido.
Além disso, dos favoráveis
à redução, 17 (63%) concordam com a idade de 16 anos para que um jovem responda
pelo crime como adulto. Três deputados ouvidos defendem que não haja
idade-limite, cabendo ao juiz definir se o adolescente irá responder ou não
como adulto. E um propõe a idade de 10 anos.
Proposta
A redução da maioridade para 16 anos está prevista na proposta (PEC 171/93) que será analisada pela comissão – existem outras 37 que tramitam apensadas, que propõem idades variadas.
Em comum, obviamente, todas
têm como objetivo alterar a Constituição Federal, que atualmente determina que
os jovens menores de 18 anos são “inimputáveis” (ou seja, não são culpáveis,
como adultos, por atos criminosos).
O Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA, Lei 8.069/90), que regulamentou a responsabilidade penal de
menores de 18 anos, determina que os adolescentes de 12 a 17 anos podem
responder por atos infracionais (crimes ou contravenções), como roubo e homicídio.
Neste caso, aplicam-se medidas socioeducativas, que podem ir de advertência à
internação por até três anos para os crimes mais graves, como homicídio.
A Agência Câmara procurou
ouvir também os parlamentares sobre o tempo de internação para adolescentes
infratores. O levantamento com os integrantes da comissão apontou que 77,8%
advogam que o tempo máximo de internação deve ser superior aos atuais três
anos.
Ao serem questionados sobre
para quantos anos deveria ir a internação, oito deputados defenderam que ela
seja proporcional ao crime, e seis que o prazo seja de até oito anos. As demais
respostas foram variadas.
Crimes
hediondos
O deputado Jutahy Junior (PSDB-BA) é um dos parlamentares favoráveis à redução para 16 anos para crimes hediondos. Para ele, a pena deve ser mais severa nos crimes que “demonstram a agressividade e a deturpação de caráter do indivíduo”. “Se a pessoa aos 16 anos pode votar, ela tem responsabilidade no caso de cometer um crime bárbaro”, afirmou.
Jutahy é autor de um
projeto (PL 5561/13) que muda o ECA para ampliar o tempo de internação para
seis anos. A proposta também estabelece que, se aos 18 anos, o jovem estiver
cumprindo medida socioeducativa por crime hediondo, ele passará automaticamente
para “ala especial de presídio comum”.
De acordo com o deputado, o
objetivo é evitar que um jovem que cometer crime próximo aos 18 anos seja
liberado ao completar essa idade. “Ele comete um crime bárbaro com 17 anos e 10
meses, e dois meses depois está livre. Isso cria um sentimento de impunidade
gigantesco na população”, disse.
Cumprimento
da lei
O deputado Weverton Rocha (PDT-MA), que também faz parte da comissão especial, defende tratamento mais duro para crimes hediondos, mas ele acredita que a discussão está sendo feita de forma “equivocada”.
“O grande problema, hoje,
não é a redução da maioridade penal, e sim o cumprimento da legislação. O que
teríamos neste momento que fazer, e esse é o debate correto, era discutir e
melhorar o ECA, que já prevê penas para menores infratores”, disse.
Rocha lembrou que o ECA já
prevê a responsabilização penal de adolescente a partir dos 12 anos, o que,
segundo ele, é uma das idades mais baixas do mundo. “Não é apenas com a redução
que vamos resolver o problema. Hoje vamos botar um jovem de 16 anos numa
penitenciária, num sistema que não ressocializa e, amanhã, estaremos discutindo
para 14, para 10 anos”, disse.
O deputado disse que os
jovens responsáveis por crimes hediondos são minoria no universo dos que
cometem delitos. “O que se divulga para o povo é apenas um lado da história.
Vamos fazer o povo brasileiro conhecer o sistema penitenciário do País, o
quanto está sendo investido e que precisa se investir nas políticas públicas de
acesso à escola de tempo integral. Então, a gente precisa conscientizar e
conhecer o outro lado também”, afirmou Rocha.
Escolha
do relator
A comissão especial que vai analisar a redução da maioridade penal foi criada no final de março pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e instalada na semana passada, com a eleição do deputado André Moura (PSC-SE) como presidente.
O relator deverá ser
indicado nesta semana, quando também será definido o roteiro de trabalho do
colegiado. Nove deputados disputam a relatoria, cuja indicação é primazia do
presidente, mas geralmente é resultado de negociações políticas.
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Concordo plenamente com o deputado Weverton, não vai resolver os problemas jogando um adolescente de 16 anos em um Presidio, e não pensarmos e investirmos em formas de evitar com com 16 anos ele chegue ao mundo do crime. Será que eles acham que com o passar dos anos esse adolescente dentro de um Presidio vai melhorar ou piorar?
ResponderExcluirEntão vamos criar uma campanha ADOTE UM MENOR INFRATOR, começando pelo Dep. weverton rocha, e seguindo com vcs que são contra a diminuição da maioridade penal, ou senão, peça a DEUS, que um desses MENINOS BONS, entre na sua casa ou pratique assalto a um de seus filhos ou parentes e depois revejam o que vcs estão postando, pois entre ter um MENOR INFRATOR preso ou na rua praticando delitos e até matando apos furto acobertados pela LEI é melhor ficar preso mesmo.
ExcluirCom essas condições precárias em que se encontra o sistema prisional brasileiro hoje, diminuir a idade penal para 16 anos só irá super lotar mais ainda os presídios e dessa forma não haverá ressocialização nenhum desse menor.
ResponderExcluirAproveita e leve um deles para seu convívio familiar e faça sua parte.
ExcluirDeixa um menor, que Deus o livre, matar um membro de sua família. Depois me responde se deve ou não ser preso.
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