O
primo do goleiro Bruno Fernandes, condenado pela morte da modelo Eliza Samudio,
Jorge Rosa Sales, revelou nesta quinta-feira (24), em entrevista à rádio Tupi,
do Rio de Janeiro, que o corpo de Eliza foi enterrado em um terreno próximo ao
Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de
Belo Horizonte. Sales era menor na época do crime e chegou a cumprir medida
socioeducativa pela participação no assassinato da modelo.
Morando
atualmente no Rio, Sales ainda contou ao repórter Marcus Marinho que Eliza não
foi esquartejada. Segundo ele, a modelo teve a mão cortada pelo ex-policial
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Cerca de quatro anos após a morte, o primo
do goleiro Bruno afirma que decidiu apontar o paradeiro do corpo para "ter
a mente tranquila".
—
Eu sei chegar tranquilo, é uma estrada de chão bastante deserta, identifico
perto de um coqueiro, um lugar praticamente abandonado. Sei apontar onde ela
está, para que a mãe dela possa enterrar ela, pelo menos.
Na
entrevista, Sales alega ainda que o primo não sabia que Eliza seria
assassinada. Segundo ele, a modelo foi asfixiada por Bola, na casa dele, em
Vespasiano, região metropolitana. No local, Bola ainda chegou a dizer que era
da polícia e que ela deveria ficar tranquila, já que passaria somente uma noite
lá. No entanto, ele pediu para ver a mão de Eliza e aproveitou para aplicar um
golpe fatal nela.
—
Ele rodou ela e deu uma gravata, caiu com ela no chão. O Macarrão [Luiz
Henrique Romão] veio por cima e amarrou a mão dela. Ele engravatou ela até ela
morrer.
Em
seguida, eles teriam enrolado o corpo de Eliza em um lençol e o colocado em um
saco plástico de cor preta. Por fim, enterraram o cadáver em uma cova que já
havia sido previamente cavada por uma máquina.
Segundo
a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o delegado Wagner Pinto informou que
ainda não recebeu denúncia formal sobre o assunto, ou seja, o primo do goleiro
ainda não procurou a polícia mineira. Agora, o delegado pretende solicitar a
gravação da entrevista à Rádio Tupi para verificar os fatos e decidir se serão
feitas novas buscas no endereço apontado por Sales.
Ainda
conforme a assessoria da corporação, o local nunca foi revistado na época das
buscas pelo corpo da modelo.
Testemunha-chave
Testemunha-chave do caso Eliza Samudio, Sales deixou o centro onde cumpria
medida socioeducativa em
setembro de 2012. Incluído no programa de proteção a testemunhas, ele precisava
cumprir determinações da Justiça para resguardar sua identidade e endereço.
Na
época do crime, ele foi condenado após confessar ter dado três coronhadas
em Eliza dentro do carro do goleiro, no trajeto do Rio a Minas. Ele também
afirmou em depoimento que teria visto Macarrão, amigo do goleiro, jogando
pedaços de carne, que seriam de Eliza, para cães da raça rotweiller. Em
novo depoimento, no entanto, negou a primeira versão.
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