Prédio em
que deveria funcionar um hospital do câncer não oferece serviço. Mesmo assim,
empresa do senador recebe aluguel. “Ele parece não ter sensibilidade”, diz
Simplício
O
deputado federal Simplício Araújo (SD-MA) entrou, na tarde desta sexta-feira
(11), com representação no Tribunal Regional Eleitoral pedindo a contestação do
registro da candidatura ao governo do Estado do senador Edinho Lobão Filho
(PMDB), que disputa a sucessão de Roseana Sarney, filha do senador José Sarney.
O
problema que levou o deputado a contestar a candidatura do filho ministro de
Minas e Energia é que, desde março de 2014, uma empresa de propriedade de
Edinho Lobão recebe R$ 30 mil por mês do governo do Estado. O pagamento seria
para aluguel de imóvel onde funcionaria o atendimento a pacientes portadores de
câncer. Porém, no local não há qualquer indício de funcionamento ambulatorial.
O prédio,
um condomínio residencial localizado na Avenida São Luís Rei de França, na
entrada para o bairro Parque Vitória, pertence à Difusora Incorporação, da qual
Lobão Filho é proprietário, com 99,40% das ações. O governo do Estado e a
Difusora têm contrato com validade de 12 meses para a locação deste prédio.
Por lei,
ele não poderia estar à frente da empresa seis meses antes da assinatura do contrato.
Além disso, o objetivo do contrato – atender pacientes com câncer - não está
sendo cumprido.
Segundo o
Portal da Transparência do Governo do Estado, o valor total do contrato é de R$
360 mil, parcelado em 12 meses. Destas, já foram pagas 4 parcelas, totalizando
o valor de R$ 120 mil. Quem assinou o contrato foi o pelo secretário de Saúde,
Ricardo Murad, cunhado de Roseana.
Para o
deputado Simplício Araújo, o tratamento de câncer é sensível ao maranhense, que
não possui hospital público para atendimento da doença. “É um absurdo que
alguém, sendo senador da República, receba os recursos que ele já recebeu por
um serviço que não está sendo oferecido. Ele não parece ter sensibilidade.”
“Sempre
tive preocupação com pacientes de câncer pelo fato de não termos, no Maranhão,
um centro de referência ao tratamento da doença”, afirma Simplício. “O morador
do interior, das cidades de Pedreira, Bacabal ou Caxias, acaba indo a Teresina
em busca de tratamento. Muitas vezes, têm de vender tudo o que tem para conseguir
pagar o tratamento.”
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