Dilma Rousseff (PT) e Aécio
Neves (PSDB) decidirão em segundo turno, no próximo dia 26, quem será o futuro
presidente do Brasil. Com 99,99% das urnas apuradas (acompanhe a apuração), a petista obteve
43.267.438 votos (41,59%) no primeiro turno e o tucano, 34.897.196 (33,55%),
segundo números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Marina Silva (PSB)
recebeu 22.176.613 votos (21,32%) e ficou em terceiro lugar, mesma colocação da
eleição de 2010. O resultado ficou matematicamente confirmado às 19h56, segundo
o TSE – até a última atualização desta reportagem, faltava somente a
contabilização dos votos de duas seções eleitorais no Amazonas.
Após a confirmação de que
haverá segundo turno, Dilma e Aécio fizeram pronunciamentos em Brasília e em
Belo Horizonte, respectivamente.
A petista aproveitou a fala, para uma plateia
de militantes do partido, e atacou o PSDB: "O povo brasileiro não quer de
volta aqueles que viraram as costas para o povo, que acabaram com as escolas
técnicas, esvaziaram o crédito educativo e elitizaram as nossas universidades
federais, sucateando-as". Aécio afirmou que "o sentimento de
mudança em todo o Brasil foi uma coisa surpreendente em todos os estados".
A candidata do PSB declarou que decidirá com
o partido quem apoiará no segundo turno e que não se considera uma
"derrotada" por ficar fora da etapa decisiva da disputa pelo Palácio
do Planalto.
O ministro Gilberto Carvalho
afirmou que o PT está disposto a convencer Marina Silva
a apoiar Dilma no segundo turno, e que, para isso, o partido pode incorporar
propostas do programa de candidata derrotada. Aécio, que no pronunciamento
reverenciou Eduardo Campos, morto em agosto e de quem Marina era vice, declarou
que aceitará o apoio de "todos os que tiverem contribuições a dar".
Ele disse ter "enorme respeito" por Marina, mas que aguardará a
decisão "sobre o caminho que ela achar mais adequado".
Será a quarta vez consecutiva
que candidatos de PT e PSDB disputarão o segundo turno – em 2002, Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) venceu José Serra (PSDB); em 2006, Lula se reelegeu contra
Geraldo Alckmin (PSDB); em 2010, Dilma superou Serra.
Nesta eleição, Dilma venceu
em 15 estados, Aécio em nove e no Distrito Federal, e Marina em dois. Veja o mapa e uma comparaçãocom
o desempenho dos candidatos de 2010.
Segundo a apuração parcial, Luciana Genrotinha 1.612.186 votos (1,55%),
seguida dePastor Everaldo (PSC), com 780.505
(0,75%); Eduardo Jorge (PV), com 630.099 (0,61%); Levy Fidelix (PRTB), com 446,878 (0,43%); Zé Maria (PSTU), com 91.209 (0,09%); Eymael (PSDC), com 61.250 (0,06%); Mauro Iasi (PCB), com 47.847 (0,05%); e Rui Costa Pimenta (PCO), com 12.324
(0,01%).
A campanha eleitoral passou
por uma reviravolta após a morte em acidente aéreo, em 13 de agosto, de
Eduardo Campos, de quem Marina era vice.
Até então, as pesquisas
indicavam uma situação de estabilidade, com Dilma à frente e Aécio em segundo.
O tucano já havia enfrentado denúncias de suposta concessão irregular para um tio de um aeroporto na
cidade de Cláudio (MG), mas a candidatura dele começou a perder fôlego após a
morte de Campos.
Após o acidente que matou o
ex-governador de Pernambuco, Marina Silva assumiu a condição de candidata e
chegou a aparecer em situação de empate técnico com Dilma, deixando Aécio para
trás. Mas, na última semana da campanha, ela começou a perder intenções de
voto, e o tucano recuperou o segundo lugar nas
pesquisas divulgadas na véspera do segundo turno.
A campanha foi marcada pela
troca de ataques entre os candidatos. A ascensão de Marina, logo após a comoção
provocada pela morte de Campos, fez com que se tornassem mais duros os
discursos dos adversários. Em eventos de campanha e na propaganda da TV, Dilma
pedia com frequência aos eleitores que votassem contra o "retrocesso" e
a favor das "conquistas sociais", ao que a campanha de Marina respondia dizendo que rival adotava
“discurso do medo” e fazia “terrorismo eleitoral”.
Uma das principais polêmicas
se deu em torno da divulgação dos programas de governo. Primeira a apresentar
suas propostas, Marina Silva foi alvo de críticas por ter alterado, no dia
seguinte à divulgação do programa, o capítulo de políticas para a população LGBT,
retirando o apoio à criminalização da homofobia. Ela também foi objeto de críticas de Dilma por defender a
autonomia do Banco Central. Aécio também disparou contra a candidata do PSB, acusando-a de mudar frequentemente de posição.
Os embates também envolveram
Dilma e Aécio. O tucano explorou durante a campanha o tema
"corrupção" na Petrobras, responsabilizando o atual governo pelos
escândalos que envolveram a estatal e culminaram na prisão, pela Polícia
Federal (PF), de um ex-diretor acusado de desviar dinheiro da
empresa. Dilma se defendeu dizendo que a PF teve autonomia para investigar e os
casos de corrupção não eram escondidos "debaixo do tapete".
No campo da economia, a
petista acusou os tucanos de terem "quebrado" o Brasil três vezes
durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e de terem intenção de privatizar a Petrobras. Aécio, por
sua vez, repetia que o governo perdeu o controle da inflação e
que o país parou de crescer na gestão Dilma.
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e vídeos ao Blog Bacabeira em Foco podem ser enviados por
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