G1
A Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa) opera em queda nesta segunda-feira (27), reagindo ao resultado
das eleições presidenciais da véspera, que mostraram a reeleição da presidente Dilma Rousseff, por uma
margem apertada.
Às 16h15, o Ibovespa,
principal indicador da bolsa paulista, caía 2,58%, a 50.601 pontos. Mais cedo,
a bolsa chegou a cair mais de 6%. Veja cotação.
Por volta do mesmo horário,
as ações da Petrobras despencavam perto de 11%. Veja
cotação. As ações da Eletrobras também tinham queda, de cerca de
11%.
As ações do Banco do
Brasil, por sua vez, caíam mais de 4%, após terem recuado 12% mais
cedo.
Ações do setor imobiliário e
dos bancos privados Itaú e Bradesco também apresentavam queda acentuada com a
definição do próximo governo.
Uma das principais
insatisfações de operadores e analistas vinha do que consideram como
intervenção excessiva nas estatais que, em sua visão, deve persistir com a
continuidade de Dilma no Palácio do Planalto.
"Se Dilma optar por um
caminho diferente, pode conseguir acalmar o mercado. Caso insista em nomes que
não são bem aceitos pelo mercado, teremos mais quatro anos extremamente ruins
na economia. No primeiro momento, o mercado não irá dar o benefício da dúvida a
ela", disse à Reuters o gestor de um fundo no Rio de Janeiro, pedindo para
não ser identificado.
No caso de Petrobras, o UBS
colocou a recomendação de "compra" e o preço-alvo de R$ 20 em
revisão, citando incertezas relacionadas aos preços do petróleo e à taxa de
câmbio, bem como ao cenário político.
A cotação do dólar também
reage ao resultado das eleições. A moeda opera em alta nesta segunda, passando
dos R$ 2,50.
"Houve um ajuste na
semana passada, mas a correção ainda deve continuar. A economia está muito mal,
o quadro fiscal é péssimo e o mercado externo tem um risco crescendo, fora o
risco de racionamento (de energia) no ano que vem", disse à Reuters o
gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management.
O analista Marco Aurélio
Barbosa, da CM Capital Markets, disse em nota que há vários pontos na agenda
econômica (política fiscal e monetária) e política (reforma política e combate
à corrupção) que devem nortear as ações do governo nessa virada de mandato, e
podem ser decisivos para o mercado financeiro.
"Se o governo agir
rápido, pode retomar um certo nível de confiança reduzindo a volatilidade e
abrido espaço para a retomada dos investimentos", escreveu a clientes.
Na sexta-feira, último pregão
antes do segundo turno das eleições, a bolsa fechou em alta de 2,42%, a 50.595
pontos. No mês, o índice acumulava declínio de 4%. A alta no dia ajudou a reduzir as perdas na semana para 6,8%, bem
como colocou o desempenho acumulado no ano novamente no azul, com alta de
0,84%.
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