Brunno Eduardo Matos Soares |
O vigilante João José
Nascimento Gomes compareceu nessa segunda-feira (20) à sede da Ordem dos
Advogados do Brasil da seccional do Maranhão (OAB/MA), no bairro do Calhau,
para negar que tinha sido ele o autor dos golpes de faca que mataram o advogado
Brunno Eduardo Matos Soares e vitimaram Alexandre Matos Soares, que levou um
corte profundo no abdômen, e Kelvin Kim Shiyangue, de 26 anos, atingido nas
costas. A informação foi publicada no jornal "O Estado do Maranhão."
João José Nascimento Gomes
pediu segurança e afirmou que deseja devolver da quantia de R$ 4.900,00 ao
advogado Hadaiar Matões Rodrigues Neto. Segundo ele, o advogado Hadaiar Matões
o coagiu e exigiu que ele assumisse o crime ao delegado Márcio Dominici durante
o seu interrogatório, no 7º Distrito Policial, no bairro do Turu, ocorrido no
dia 15. O advogado contratado por João José Nascimento Gomes teria dito que ele
não iria ser preso em uma das unidades de Pedrinhas e que responderia pelos
crimes em liberdade. “O advogado só iria me defender caso eu afirmasse ser o
autor do crime e não iria ficar preso em Pedrinhas”, afirmou o vigilante.
João José também afirmou que
no dia do crime ele estava fazendo rondas pela rua de bicicleta e durante a
briga estava procurando a cadela, que pertence a Carlos Marão, e ao transitar
nas proximidades onde estava ocorrendo a briga a sua faca teria caído do bolso
da calça. “De fato, a faca usada no crime é de minha propriedade, mas não sou
eu a pessoa que matou o advogado. No momento, ando com medo de sofrer alguma
represália pelo fato de ter dito a verdade”, afirmou João José Nascimento.
O presidente da Comissão de
Direitos Humanos da OAB/MA, Antônio Pedrosa, informou que a ordem vai
acompanhar os transmites do processo. Inclusive, já houve até mesmo uma
reunião, na semana passada, com o secretário de Segurança Pública, Marcos
Affonso Júnior. No momento, a ordem vai indicar um novo advogado para o caso e
o advogado Hadaiar Matões será inquirido pelos integrantes da Comissão de
Prerrogativa da OAB/MA para dar explicações sobre essa denúncia. “Essa atitude
do doutor Hadaiar é muito suspeita, pois o máximo que um advogado de defesa
pede ao seu cliente é que fale apenas na presença do juiz, e ainda iremos
verificar se existe algum tipo de ligação dele com os outros acusados”, frisou
Pedrosa.
Na quinta-feira (16), o
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão, Mário
Macieira, afirmou em entrevista à rádio Mirante AM que a mãe do vigilante João
José Nascimento Gomes denunciou à Comissão de Direitos Humanos que o filho
teria sido coagido para assumir a autoria do assassinato do advogado.
"Ficamos muito surpresos
com a procura da mãe do vigilante, o João, que afirmou ao presidente da
Comissão de Direitos Humanos, o Pedrosa, que ele está sendo coagido. Toda prova
anteriormente colhida já apontava para a autoria dos fatos. No depoimento do Marão,
quando reinquerido, ele disse que o vigia presenciou, mas não matou. Estamos
muito surpresos com isso. Fomos com uma comissão falar com o delegado Marcos
Affonso, que nos assegurou que vão investigar todos os fatos, sem proteção. Nós
confiamos muito no trabalho da polícia. Os dois sobreviventes reconheceram como
autor das facadas o Diego. O Marão declara que o vigia não participou. Como que
de uma hora para outra o vigilante assume a autoria dos fatos?",
questionou Mário Macieira, presidente da OAB-MA. (G1MA)
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