Antes
mesmo da presidente reeleita Dilma Rousseff iniciar as consultas para montar a
futura equipe de ministros, integrantes da campanha já reconhecem que o
primeiro escalão do futuro governo terá nomes com influência no Palácio do
Planalto.
O
principal consenso entre os petistas é em relação ao protagonismo do governador
da Bahia, Jaques Wagner. Independente do cargo, ele já é apontado como o
principal interlocutor da presidente no segundo governo. Além de ter conseguido
a maior vantagem numérica para Dilma (cerca de 2,9 milhões de votos na Bahia),
ele é um dos políticos mais próximos de Lula e tem liderança no próprio PT.
De
perfil conciliador, Jaques Wagner deve ocupar um cargo no Palácio do Planalto,
mas ainda não há uma definição. Ele pode ser nomeado para a Secretaria de
Comunicação ou ficar na Secretaria Geral da Presidência, se o ministro Gilberto
Carvalho deixar o governo. Outra possibilidade seria comandar a Casa Civil, num
cenário de deslocamento de Aloizio Mercadante para a Fazenda. Mas internamente,
Mercadante teria sinalizado interesse em permanecer no Planalto.
Por
isso, para o Ministério da Fazenda, no lugar de Guido Mantega, o mais cotado é
do ex-secretário executivo da pasta Nelson Barbosa, que também é próximo de
Lula.
Na
pasta do Desenvolvimento, o nome mais forte é do empresário Josué Alencar
(PMDB), que tem o apoio do governador eleito de Minas Gerais, Fernando
Pimentel. Filho do ex-vice-presidente José Alencar, Josué disputou o cargo de
senador por Minas nesta eleição.
O
ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, também ganhou visibilidade
na campanha e pode ocupar uma nova pasta, ou participar do novo Conselho
Político do governo, que tinha sido desativado pela própria Dilma por causa de
vazamentos das reuniões.
Outra
mudança deve ocorrer no Ministério da Cultura. Segundo assessores, Dilma não
esconde sua contrariedade com a ministra Marta Suplicy, uma das defensoras do
movimento “Volta, Lula” no início do ano. O nome mais forte é o do ex-ministro
Juca Ferreira, responsável por mobilizar apoio de artistas e intelectuais para
a campanha de Dilma.
Quem
também sai fortalecido dessa eleição é o ministro de Relações Institucionais,
Ricardo Berzoini, que deve ficar no cargo. Já o ex-chefe de gabinete Giles
Azevedo será um curinga do futuro governo. Mas ficará na órbita de Dilma.
O
vice-presidente Michel Temer também ganhou pontos com a presidente durante a
campanha e deve ser o responsável por parte das indicações do PMDB para o
futuro primeiro escalão.
Entre
os aliados, o governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), é cotado para um
cargo de destaque no primeiro escalão. Ele pode ocupar o Ministério da
Integração Nacional, para concluir a transposição do São Francisco, ou mesmo o
Ministério da Educação. Mas para essa última pasta, há resistência de petistas,
que preferem a permanência de José Henrique Paim.
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