terça-feira, 10 de março de 2015

Corrupção com o seguro-defeso gera crise entre “deputados do peixe”




Depois do escândalo de desvio de R$ 5 milhões do seguro-defeso no município de Viana só em 2014, a “Bancada do Peixe” na Assembléia Legislativa do Maranhão, formada pelos deputados Júnior Verde (PRB), Fernando Furtado (PCdoB) e Edison Araújo (PSL) permaneceram em silêncio diante da revelação bombástica de formação de uma quadrilha instalada no Sindicato dos Pescadores daquele município. Só após duas semanas do ocorrido, dois dos três deputados resolveram trocar farpas na tribuna da AL e trocaram graves acusações de corrupção.

Edson Araújo (PSL), como sempre, permanece “mudo” sobre o escândalo de desvio de dinheiro no setor da pesca no estado.
O Fernando Furtado fez, ainda na semana passada, a primeira acusação contra Júnior Verde. Em entrevista ao jornalista Djalma Rodrigues, na Rádio Capital AM, Furtado disse que o irmão do deputado federal Cléber Verde (PRB) transformou a Superintendência Federal da Pesca no Maranhão, que ele comandava, em “balcão de negócios”.
“Essa história é repleta de ameaças e perseguições. O Júnior Verde, quando esteve à frente da Superintendência da Pesca, perseguiu adversários e fez negociatas, dividindo parcelas do seguro-defeso e oferecendo benefícios àqueles que garantiam votar nele para deputado estadual”, denunciou o comunista.
Segundo ele, os irmãos Verde filiavam “pseudo-pescadores” para “dividir recursos”. “Existe realmente essa manobra, de se filiar pseudo-pescadores no Maranhão, para se dividir recursos do seguro-defeso. Isso começou a ganhar mais contornos a partir da entrada em cena dos irmãos Verde no setor”, afirmou.
Júnior Verde contra-atacou ontem, em discurso na Assembleia. E insinuou que, ao mesmo tempo em que acusa adversários de fazer negócio com a pesca no Maranhão, Furtado tem parentes comandando sindicatos de pescadores.
“Interessante, quando se fala em balcão de negócios, porque tem mulher tomando conta de um sindicato, irmão tomando conta de outro, primo tomando conta de outro. Questão familiar. E ainda vão falar de balcão de negócios? Tendo uma família inteira participando lá do sindicato”, relatou.
Fernando Furtado nega: “Não tenho parente nenhum, em nenhum sindicato”. Ele apontou Verde como o emissor das carteiras apreendidas pela polícia na operação em Viana.
Verde reagiu, e declarou que Fernando Furtado “se utiliza dessa prerrogativa para colocar inverdades que maculam a honra, a imagem das pessoas, sem apresentar provas”.
“Eu estava lá [na Superintendência da Pesca] para fazer carteiras verdadeiras”, declarou. E cobrou do “colega de bancada” provas das acusações que fazia. “O ônus da prova cabe a quem acusa”, completou.
Logo ao fim da sessão, o deputado Fernando Furtado reafirmou as acusações.
“O que disse foi apenas a verdade, que tem que ser dita e que está doendo em alguém”, ressaltou.
De acordo com o comunista, as várias carteiras de pescadores apreendidas em Viana foram emitidas na gestão de Júnior Verde.
Ele argumenta que essa seria uma prova do envolvimento do parlamentar com o esquema desbaratado.
“Eu não preciso de provas, porque estão bem aí, estão em todos os jornais, porque apareceu um monte de carteira. Aquilo ali é o quê? Aquilo ali é carteira de pescador. Agora, pergunta quem deu. Eu não trabalhei na Superintendência da Pesca. Eu nunca trabalhei lá. Eu nunca fui superintendente”, disse, referindo-se ao posto ocupado por Verde.
(de O Estado com modificações)

Informações e vídeos podem ser enviados ao Blog Bacabeira em Foco através do email:bacabeiraemfoco@hotmail.com ou pelo WhatSapp (98) 9-9965-0206

Um comentário:

  1. eu só sei de uma coisa, tem mais pescadores do que peixe. EM ROSÁRIO SÃO MAIS DE 11.000, PODE OU QUER MAIS

    ResponderExcluir

Acesse, comente, compartilhe