O impasse entre empresários e
rodoviários permanece e a paralisação total dos ônibus continua em São Luís.
A greve chega ao 12° dia nesta segunda-feira (2). Nesse domingo (1°),
representantes da classe dos empresários estiveram reunidos com o secretário
municipal de Trânsito e Transporte (SMTT), Canindé Barros.
Barros disse que a classe
patronal não acredita na melhora do sistema de transporte público. “Eles estão
trabalhando com suposições. É preciso trabalhar com o que já foi acordado nas
reuniões com os trabalhadores, o Ministério Público e o Ministério Público do
Trabalho”, afirmou o secretário.
O Sindicato dos Trabalhadores
em Transportes Rodoviários do Maranhão (Sttrema),
diz aguardar uma nova tentativa de negociações. “Estamos na expectativa de
sermos chamados”, garantiu o presidente Gilson Coimbra.
Em outra em entrevista, o
presidente do Sttrema já confirmava que, como não houve rodada de negociações
no fim de semana, a previsão é de que pelo menos até a manhã desta
segunda-feira, a frota continue 100% paralisada.
“Nós queremos resolver. Tanto
é que chegamos a baixar a proposta para menos de 9%. No caso, na última
reunião, os empresários chegaram a aceitar a proposta, mas voltaram atrás
depois de conversa em particular para acertar detalhes com a prefeitura. Podiam
ter evitado três dias de paralisação total", disse Gilson Coimbra.
Os rodoviários reivindicam
11% do reajuste salarial (proposta anterior de 16% foi reduzida), reajuste do
vale-alimentação para R$ 500,00 por mês, inclusão de um dependente no plano de
saúde, além da implantação de plano odontológico.
Impacto da greve no comércio
Segundo a Câmara de
Dirigentes Lojistas (CDL) de São Luís, foi registrada uma queda de 80% das
vendas do comércio ludovicense somente nos três primeiros dias de paralisação
total da frota.
Alternativas
Sem ônibus, os usuários de transporte coletivo precisam recorrer ao transporte alternativo das vans, táxis, táxis-lotação, moto-táxis, caronas ou mesmo ao transporte clandestino e, por vezes, arriscado.
Sem ônibus, os usuários de transporte coletivo precisam recorrer ao transporte alternativo das vans, táxis, táxis-lotação, moto-táxis, caronas ou mesmo ao transporte clandestino e, por vezes, arriscado.
Alguns passageiros são
transportados em compartimentos de cargas de veículos. Além de representar
perigo, o transporte de pessoas em carrocerias de veículos corresponde a uma
infração grave, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Segundo o artigo
230 da legislação, o motorista que for flagrado nessa situação está sujeito a
multa no valor de R$ 127,69 e ainda perde cinco pontos na Carteira Nacional de
Habilitação (CNH).
A greve
O movimento grevista foi
iniciado no dia 22 de maio, após uma série de reuniões entre os Sindicatos dos
Rodoviários e das Empresas (SET). Apesar da mediação do Ministério Público do
Trabalho (MPT-MA), não houve consenso sobre o percentual de reajuste solicitado
pelos trabalhadores. O SET afirma não ter condições de ceder qualquer aumento,
e atribuiu a resolução do caso à Prefeitura de São Luís.
A Prefeitura de São Luís já
descartou a possibilidade de aumento no valor das passagens de ônibus. Durante
a primeira audiência do dissídio coletivo, realizada na quarta-feira, o município
sugeriu o combate às fraudes nas gratuidades e meias-passagens, o fim da
chamada 'Domingueira' (gratuidade), além da redução do ICMS para combustíveis,
o que pode representar um ganho de aproximadamente R$ 2.125.000 por mês ao
setor.
"Aumento de passagens
descartado, porque o sistema não comporta. O sistema está todo quebrado. Eles
só rodam 75% da frota que deveriam rodar, então, para que dar um aumento de
tarifas?", questionou o secretário de Trânsito e Transportes de São Luís,
Canindé Barros.
Multa do TRT-MA
Por descumprir a decisão do
Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) – de manter 70% da frota em circulação –
o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema) já acumula mais
de R$ 672 mil em penalidades pelos dias em que não circulou o mínimo
estabelecido pela Justiça.
A desembargadora chegou a
este cálculo após ser comunicada oficialmente pela Secretaria Municipal de
Trânsito e Transporte (SMTT). Pelos números repassados pela secretaria, no
primeiro dia de greve (22 de maio) apenas 35% da frota de ônibus circulou por
São Luís. No dia seguinte (23), 59%; no sábado (24) e domingo (25) a frota
circulou normalmente; na segunda (26), 63%. Já na terça (27), quarta-feira
(28), quinta (29) e sexta-feira (30) a paralisação foi de 100%.
De acordo com a SMTT, a frota
de ônibus do sistema de transportes coletivo de São Luís corresponde a 1.185
veículos que atendem a 740 mil usuários por dia. (Do G1MA)
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