Jhonathan Silva e Marcos
Bruno Silva foram considerados culpados pelo assassinato do jornalista Décio
Sá, crime acontecido em abril de 2012, em um bar da Av. Litorânea, em São Luís. A sentença lida pelo juiz Osmar Gomes
dos Santos, após veredicto de um júri popular, condenou Jonathan, réu confesso,
a 25 anos e três meses de prisão em regime fechado. Já Marcos Bruno foi
condenado a anos 18 anos e três meses de prisão.
O julgamento foi encerrado
nas primeiras horas desta quarta-feira (5), após quase três dias de julgamento
no Fórum de São Luís.
Jonathan, inicialmente
começará a cumprir a pena no presídio federal de Campo Grande (MS), onde estava
detido. Já Marcos Bruno começa a cumprir prisão no Complexo Penitenciário de
Pedrinhas.
Além do assassinato triplamente
qualificado, os dois também foram condenados por formação de quadrilha.
O advogado Pedro Jarbas
disse que vai recorrer da sentença aplicada a Marcos Bruno. Já o promotor
Benedito Coroba adiantou que vai solicitar a ampliação das penas.
Segundo dia
O segundo dia do julgamento do assassino do jornalista Décio Sá e do motorista acusado de dar fuga ao pistoleiro, Jhonathan de Sousa Silva e Marcos Bruno Silva, respectivamente, começou por volta de 9h desta terça-feira (4), no Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís. O júri, segundo o juiz Osmar Gomes, pode se estender pela madrugada de quarta-feira (5).
À tarde foi inciada a fase de
debates entre o Ministério Público e a Defesa. O promotor Haroldo Brito
destacou que os jurados não devem ter medo de fazer justiça. De acordo com ele,
a quadrilha liderada por Glaucio Alencar e Miranda desviou mais de R$ 100
milhões dos cofres públicos.
"Provas o Ministério
Público já apresentou aqui e ainda vai mostrar uma 'carreta' de outras. Os
senhores não estão aqui para agradar ao MP, às famílias ou qualquer outra
pessoa, mas às suas próprias consciências", disse.
No início desta tarde, Marcos
Bruno Silva, acusado de dar fuga ao pistoleiro Jhonathan Silva, negou durante
depoimento ter participado da execução do jornalista Décio Sá. Ele disse que na
hora do crime estava na Vila São José, sozinho.
Embora ter dito em depoimento
à polícia que participou do crime, com minúncias de detalhes, ele afirmou nesta
tarde ter sido torturado para assinar o documento. "Eu me pergunto até
hoje porque a polícia me prendeu. O dono da moto, coincidentemente, tem o nome
de Marcos Bruno, mas não fui eu", disse.
Primeiro dia
Sete das 11 testemunhas arroladas no total prestaram depoimento no primeiro dia. Pela manhã, foi interrogada a irmã de criação de Marcos Bruno, que não foi obrigada a fazer juramento e falou apenas como informante, já que ela também é esposa de Shirliano de Oliveira, o Balão, acusado de auxiliar o assassino a planejar o crime. Também prestaram depoimento dois integrantes de um grupo evangélico que fazia culto em uma duna na Praia de São Marcos, na noite do crime. Eles disseram ter visto o assassino fugindo pelo local.
À tarde, um vigilante e um
garçom do bar onde Décio Sá foi morto também prestaram depoimento. Todos
mantiveram suas versões sobre reconhecer Jhonathan Silva, mas nenhum soube
informar se era mesmo Marcos Bruno quem conduzia a motocicleta que deu fuga ao
pistoleiro, já que o motorista estava de capacete.
Fase de instrução
Nos meses de maio e junho do ano passado, após as audiências da fase de instrução, ficou decidido que 11 dos 12 acusados do assassinato do jornalista serão levados a júri popular. Jhonathan Silva está preso em um presídio federal de segurança máxima em Campo Grande, MS, é assassino confesso do jornalista. Já Marcos Bruno, que está preso em São Luís, é acusado de ter pilotado a motocicleta que deu fuga ao pistoleiro, mas nega o crime.
Também serão julgados por
representantes da sociedade civil Shirliano de Oliveira (foragido), o Balão,
acusado de auxiliar o assassino; José Raimundo Sales Chaves júnior, o Júnior
Bolinha (preso no Centro de Triagem do Complexo Penitenciário de Pedrinhas),
acusado de intermediar a contratação do pistoleiro; os policiais Alcides Nunes
da Silva e Joel Durans Medeiros (em liberdade), acusados de participar de
reuniões para tratar do assassinato de Décio Sá e do empresário Fábio Brasil;
Elker Farias Veloso, acusado de auxiliar o assassino e a quadrilha tanto no
assassino de Décio Sá quanto no de Fábio Brasil (preso em um presídio estadual
em Contagem, MG); o capitão da PM, Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita
(em liberdade), acusado de fornecer a arma do crime; Fábio Aurélio do Lago e
Silva, o Bochecha (em liberdade), acusado de hospedar o assassino após o crime;
e os empresários Gláucio Alencar Pontes Carvalho e José de Alencar Miranda
Carvalho, pai de Gláucio (presos no Comando Geral da Polícia Militar),
acusados de mandar matar Décio Sá.
O advogado Ronaldo Ribeiro,
que trabalhava para os mandantes Gláucio Alencar e José Miranda, foi excluído
do júri por falta de provas. No entanto, o promotor Haroldo de Brito disse, na
segunda-feira (3), que a polícia e o Ministério Público já possuem provas
contra o acusado e devem indiciá-lo.
Noite do crime
Décio Sá foi assassinado com seis tiros por volta de 23h de segunda-feira, 23 de abril de 2012, quando estava em um bar na Avenida Litorânea, na orla marítima de São Luís - um dos principais pontos de turismo e lazer da capital maranhense.
O jornalista, que era
repórter da editoria de política do jornal O Estado do Maranhão há
17 anos, também publicava conteúdo independente por meio do Blog do Décio, um
dos blogs mais acessados do estado na época.
Segundo o inquérito policial,
Décio Sá deixou a redação por volta de 22h, pegou o carro e foi até o bar, onde
teria pedido uma bebida e uma porção de caranguejo. Ele estava à espera de dois
amigos e falava ao celular quando foi surpreendido pelo pistoleiro Jhonathan de
Sousa Silva, que o atingiu com cinco tiros, três no tórax e dois na cabeça.
De acordo com informações da
polícia, o jornalista foi morto porque teria publicado, no Blog do Décio,
reportagem sobre o assassinato do empresário Fábio Brasil, o Júnior Foca,
envolvido em uma trama de pistolagem com os integrantes de uma quadrilha
encabeçada por Glaucio Alencar e José Miranda, suspeitos de praticar agiotagem
junto a mais de 40 prefeituras no estado. Ele tinha 42 anos, era casado e tinha
uma filha. Sua esposa, Silvana Sá, estava grávida quando o marido foi
assassinado. (Do G1MA)
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