quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Mãe de Ana Clara está sob efeito de calmantes após saber da morte

Mieko Wada Do G1 MA


A maranhense Juliane Carvalho Santos, 22 anos, está sob efeito de medicação desde que soube que a filha Ana Clara, de 6 anos, morreu após ter 95% do corpo queimado nos ataques a ônibus ocorridos em São Luís. Quatro coletivos foram incendiados no dia 3 de janeiro. Três dias depois, a menina, que estava em um dos ônibus com a mãe e a irmã, não resistiu à gravidade dos ferimentos e faleceu.

Juliane teve alta hospitalar nessa segunda-feira (10) do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília, onde passou 30 dias internada, com queimaduras em mais de 40% do corpo.

Para fazer o comunicado, na terça-feira, foi convocada uma reunião familiar, onde estiveram tias, primas, irmãos e a mãe de Juliane. A filha mais nova, Lorrane Beatriz, de um ano e meio e que também foi vítima dos ataques, chegou na segunda-feira em Brasília, em companhia da tia, Georgiana. "Ela tomou calmante antes. A gente nem chegou a falar. Logo ela começou a gritar que não queria saber, passou mal, se debateu. O que é normal. Depois, se acalmou e abraçou todo mundo. Desde então ela tem chorado com frequência", disse a mãe, Filomena Carvalho.

Juliane está tomando calmantes, além de medicamentos para a recuperação da pele, usando óleos e protetor solar. Apesar de já ter obtido alta, ela permanece em Brasília até o fim do tratamento. Atualmente, vai três vezes por semana para o Hospital Regional da Asa Norte para fazer curativos e fisioterapia.

“Não tem previsão de quanto tempo ainda vamos ficar aqui. A gente não pensou ainda em como será o retorno para casa depois disso tudo.O coração está triste, mas temos que sobreviver, colocar Deus na frente de tudo. Vamos tocar a vida", concluiu Filomena. 

Vítimas
Além de Juliane e de Ana Clara, também foram vítimas dos ataques a ônibus ocorridos em São Luís, no dia 3 de janeiro, a pequena Lorrane Beatriz - irmã de Ana Clara, que teve 20% do corpo queimado e obteve alta hospitalar no dia 15 de janeiro - o entregador de frangos Márcio da Cruz, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado e foi transferido para Goiás, e a operadora de caixa Abiancy Silva, de 35 anos, que teve 10% do corpo queimado no ataque, e teve alta hospitalar no dia 19.

Violência
Uma onda de atentados a ônibus em São Luís ocorreu no dia 3 de janeiro deste ano, após uma operação realizada pela Tropa de Choque da Polícia Militar no Complexo de Pedrinhas, com o objetivo de diminuir as mortes nas unidades prisionais do estado. Quatro ônibus foram incendiados e cinco pessoas ficaram feridas.


Este ano, três presos foram encontrados mortos no Complexo de Pedrinhas. Em 2013, de acordo com um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entregue no dia 27 de dezembro, 60 detentos morreram em presídios do Maranhão.

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