Em campo, a Portuguesa conseguiu continuar
na elite do Campeonato Brasileiro, mas não nos tribunais. O Superior Tribunal
de Justiça Desportiva (STJD) apontou por unanimidade a punição à Lusa, que
perdeu quatro pontos devido à escalação irregular de Héverton na última rodada
e, assim, terá que jogar a segunda divisão, mantendo o Fluminense na primeira.
A decisão foi em primeira instância e cabe recurso.
A Portuguesa tem sete dias para recorrer da decisão e
deve fazê-lo. O novo julgamento, provavelmente no dia 27, seria feito pelo
Pleno do STJD, com mais auditores na análise do caso, e será a última
instância. O que pesou contra o clube paulista, contudo, foi que a avaliação
ocorreu na aplicação simples do regulamento.
A Portuguesa foi punida com a perda de três pontos e
mais o ponto que conquistou no empate com o Grêmio, pela última rodada, quando
Héverton foi escalado dois dias após o STJD puni-lo com a suspensão de duas
partidas – ou seja, teria que cumprir a última naquele jogo. O clube ainda
recebeu multa de R$ 1.000,00.
Em longo discurso, o auditor relator do caso, Felipe
Bevilacqua, citou outros casos similares ao longo do mundo, envolvendo seleções
ou times, para votar pela punição da Lusa. Os três auditores acompanharam seu
parecer, penalizando o clube por unanimidade.
Em sua defesa, a Portuguesa contou com o advogado João
Zanforlin, que chamou o diretor jurídico da Lusa, Valdir Rocha da Silva. O
dirigente disse que confiou no site da CBF, que, segundo ele, não foi atualizado
até a véspera do jogo, e que o advogado que representou o clube no caso,
Osvaldo Sestário, não entrou em contato com o clube no dia do julgamento, o
que, de acordo com Valdir, era a sua dinâmica para quando havia absolvição.
Quem também participou foi o presidente da Portuguesa,
Manuel da Lupa. O mandatário disse ter telefonado para Sestário na última
terça-feira e, na conversa, o advogado se disse responsável pelo erro e até
traumatizado pelo que ocorreu, além de insistir que o site da CBF não estava
atualizado.
Após os depoimentos e da procuradoria insistindo na
punição à Lusa, Zanforlin fez discurso emocional no qual proferiu até
palavrões. “Se os clubes não podem se basear no site da CBF, vão se basear em
quê? O Héverton pegou na bola por 1 minutos e 47 segundos em um jogo que não
valia nada. Roubar a Portuguesa da Série A é pior do que dar uma injeção tão
grande para matar a pulga que matam o cachorro. Mudar o resultado no campo a
quatro meses da Copa do Mundo é uma violência moral. O rebaixamento da
Portuguesa é o rebaixamento do direito, é a instituição da mutreta”, disse o
advogado da Portuguesa.
Já o advogado do Fluminense, Mário Bittencourt, fez um
discurso ainda mais inflamado. “O que parte da opinião pública quer fazer nesta
semana é achincalhar a história do Fluminense. Não é por rebaixar a Portuguesa
ou para manter o Fluminense, é a aplicação da regra. Pura e simplesmente isso.
Antes do princípio de moralidade, existe o princípio da legalidade. Estão
querendo descumprir o regulamento para rebaixar o Fluminense.” (Imirante.com)
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