“A reivindicação dos presos é justa”. As palavras são da titular
da Comarca de Rosário, juíza Rosângela Prazeres, referindo-se às reivindicações
dos presos durante a rebelião ocorrida nessa segunda-feira (18/11), na
Delegacia Regional de Rosário.
Segundo a magistrada, os presos exigem
“direitos básicos estabelecidos em lei e que não estão sendo observados”. Entre
esses direitos, Rosângela cita o aumento do horário de visitas, qualidade da
alimentação fornecida e no abastecimento de água não potável, principais
reclamações dos rebelados.
A superlotação nas celas da delegacia
também é ressaltada pela juíza. Segundo ela, são 83 presos nas sete celas da
unidade.
Compromisso – Rosângela Prazeres foi
acionada pela delegada regional de Rosário, Regina de França Barros, por volta
das 15h, quando do início da rebelião, a pedido dos presos, que solicitavam a
presença da magistrada na delegacia.
A juíza informa que conseguiu contornar
a rebelião, “permanecendo no local aguardando os representantes da Secretaria
de Administração Penitenciária chegar e assumir compromisso formal com os
custodiados das ações que seriam implementadas para atender as reivindicações
em tempo razoável”.
Falta de gestão – De acordo com a
magistrada, essa é a segunda vez em menos de dois anos que é chamada para
conter rebelião de presos, cuja principal causa, acredita, “é a falta de gestão
das autoridades responsáveis na manutenção da unidade”.
“A Delegacia Regional de Rosário foi
interditada judicialmente desde 2009 por força de decisão liminar proferida em
Ação Civil Pública (Proc nº 10932009). No entanto, continuou funcionando e
recebendo presos de toda a região do Munim”, ressalta a magistrada,
acrescentado que dos 83 presos atuais na unidade apenas 11 são de Rosário.
“Com o julgamento do mérito da ação, a
Secretaria de Segurança fez pequenas reformas que não foram suficientes para
corrigir os problemas”, continua a magistrada.
Abandonada – Nas palavras de Rosângela
Prazeres, de acordo com a Delegacia Regional, a Secretaria de Administração
Penitenciária estava para assumir a unidade e transformar numa Central de
Custódia desde o início do ano e o atraso contribuiu para o agravamento da
situação e a superlotação.
“A Secretaria de Administração
Penitenciária demorou quase um ano para assumir a unidade, que ficou
praticamente abandonada”, diz a juíza ressaltando “a ausência total do Estado.
É uma questão de gestão”, conclui. (O imparcial)
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