O
ex-ministro, ex-governador e atual secretário de Saúde do Ceará Ciro Gomes,
esteve em São Luís na última terça-feira (5).
Ele foi
convidado a palestrar no lançamento da Campanha Liquida São Luís, uma parceria
da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), instituições bancárias como o Banco do
Brasil, Caixa Econômica Federal e o Banco do Nordeste que anunciam linhas de
crédito especiais para o período de fim de ano.
Durante a
palestra “Economia Brasileira, Momento Atual e Perspectivas para o Comércio”,
Ciro Gomes criticou a Petrobras e disse que a estatal não vai construir as
refinarias Premium I, em Bacabeira, no Maranhão, e a Premium II, em Fortaleza,
no Ceará. E ainda, que a empresa não tem recursos para dar seguimento ao
projeto, e nem tão pouco pretende aceitar parceria com empresas internacionais,
que teriam como arcar com as despesas.
Ciro foi
contundente quando disse que nos dois terrenos reservados à construção não há
nada. Mas acredita que no próximo ano, em 2014, ano eleitoreiro deva-se
perceber alguma movimentação.
E relembra
que as refinarias Premiuns I e II foram lançadas em 2010, às vésperas das
eleições para governadores e presidente da República. Na época, o ex-presidente
Lula garantiu que ambas as refinarias estariam prontas em 2014, apesar de todos
os estudos técnicos indicarem que seriam necessários no mínimo sete anos para
as obras de construção.
A opinião
de Ciro não muda a agenda da Petrobrás no Maranhão. A empresa mantém a data de
realização de audiências públicas para os dias 26 e 27, em Bacabeira, e dia 29,
em São Luís para falar sobre outras etapas da construção da refinaria Premium
I.
O certo é
que as obras da Refinaria de Bacabeira estão paralisadas há mais de um ano,
depois de concluídos em julho de 2012 os serviços de terraplenagem.
Entre
outros assuntos tratados Ciro Gomes fez críticas duras ao modelo econômico
nacional, que estaria desindustrializando o Brasil para favorecer os
fornecedores estrangeiros, mesmo reconhecendo as conquistas do governo nos
últimos dez anos.
Ele citou o
exemplo da agropecuária, que depende de 46% de importações, ou seja, “o maior
produtor de alimentos do Mundo não consegue fabricar implementos agrícolas,
máquinas e até mesmo fertilizantes”. No setor de saúde, o índice é ainda maior,
mas com um pouco de boa vontade o Brasil poderia ter fábricas de equipamentos
hospitalares, medicamentos, próteses etc.
Por conta
disto, afirmou, a balança comercial é cada vez mais negativa, e o mais grave: o
Brasil está com déficit também em consumo de turistas, royalties e outros
segmentos que são pouco explorados pelos veículos de comunicação.
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