Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff vetou integralmente o projeto aprovado pelo
Senado Federal em outubro que permitia a criação de novos municípios no país. A
mensagem de veto da presidente foi publicada em edição extra do “Diário Oficial
da União” na noite desta quarta-feira (13).
O relator do projeto no Senado, senador Valdir Raupp (PMDB-RO),
calculava, quando houve a aprovação, que a proposta permitiria dar início a
processos de emancipação – e transformação em municípío – de pelo menos 188
distritos.
Na mensagem de veto encaminhada ao Congresso, a presidente Dilma
Rousseff alegou que a criação dos municípios resultaria em aumento de despesas
que, na visão do governo, não seria acompanhado por um crescimento de receitas
equivalente.
“A medida permitirá a expansão expressiva do número de municípios no
País, resultando em aumento de despesas com a manutenção de sua estrutura
administrativa e representativa. Além disso, esse crescimento de despesas não
será acompanhado por receitas equivalentes, o que impactará negativamente a
sustentabilidade fiscal e a estabilidade macroeconômica. Por fim, haverá maior
pulverização na repartição dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios
– FPM, o que prejudicará principalmente os municípios menores e com maiores
dificuldades financeiras”, afirmou Dilma na mensagem.
Repercussão
O senador José Agripino Maia (DEM-RN), que tinha votado a favor do
projeto em plenário, afirmou que o veto “é um direito da presidente”. Ele disse
que entende os motivos da atitude de Dilma e ressaltou que, na sua opinião, a importância
do projeto era firmar critérios para criação de municípios.
“Eu votei favorável ao projeto no Senado, mas é um direito da
presidente. Tinha que ter um disciplinamento nessa criação, o projeto veio
preencher um vácuo que impossibilitava novos municípios, criou critérios. Vejo
que ter critérios é um obrigação do parlamento. Nós cumprimos a nossa parte. As
despesas geram ônus a mais e a presidente Dilma vetou por razões econômicas.
São argumentos defensáveis esses todos. São dois fatos [fatores econômicos e
criação de critérios] que não se conflitam”, disse. Segundo Maia, não há
movimentação no Congresso para suspender o veto.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirmou que está de acordo com o
veto presidencial. Apesar de ser favorável à criação de novos municípios, ele
disse que é preciso, antes, definir de onde sairão as receitas.
“Por mais que o texto tenha melhorado no Senado, a criação de novos
municípios não significa criar receitas novas. O veto nesse aspecto foi
adequado. Sou de um partido da oposição, mas tem de haver a consciência dos
atos e não se pode ser contra o Brasil. Claro, se apresentarem um recurso de
onde se tiram novas receitas, sou a favor de que se criem os municípios, mas
até agora ninguém conseguiu mostrar”, afirmou.
O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), falou que não vai ter
“muita dificuldade de acatar” o veto. Ele defende a criação de municípios, mas
concorda que é preciso frear os que não tiverem como se sustentar com receitas
próprias. ” Temos exemplos de municípios que se emanciparam e hoje têm mais de
150 mil habitantes no Tocantins e Mato Grosso do Sul. Agora, para emancipar
distritos que realmente tenham muita dificuldade em se manter e sustentar, tem
que ter obstáculos. O importante com o projeto era delegar que cada assembleia
legislativa decida se pode ou não haver a emancipação. Mas cada caso é um caso
e tem que ser avaliado individualmente”, comentou.
Parabens dilma pelo veto
ResponderExcluir