Num inflamado
pronunciamento, na manhã desta quinta-feira (5), na tribuna do Poder
Legislativo, o líder da oposição, deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB)
denunciou a apresentou a relação das empresas que doaram para a campanha da
governadora Roseana Sarney (PMDB) em 2010 e que foram aquinhoadas com contratos
milionários. Conforme a lista de empreiteiras doadoras, o Governo do Maranhão
já pagou mais de R$ 618 milhões. Somente a construtora Egesa Engenharia S/A
recebeu R$ 133,8 milhões em contratos com o Estado.
Segundo o autor da
denúncia, existe a suspeita de que os contratos com estas empresas teriam por
finalidade compensar os empresários que fizeram doação durante a campanha de
reeleição da governadora. Rubens Júnior observou que, ao
fazer o levantamento de quem contribuiu financeiramente para a eleição da
governadora Roseana Sarney em 2010, direta ou indiretamente, para o PMDB
estadual e para o Comitê Único Financeiro, “nós percebemos que mais uma vez
este governo confunde o público com o privado, havendo uma nítida troca de
gentilezas com o dinheiro público”, adverte.
O líder
oposicionista explicou que a maior parte dos doadores da campanha da
governadora, logo depois, foi contemplada com contratos extremamente generosos
com a administração estadual. “Foi o melhor investimento do mundo para quem pensa
em multiplicar o patrimônio. Apenas a título de exemplo, a Congel
Representações doou R$ 3 mil para a campanha da governadora e foi contemplada
com um contrato de R$ 1.884.625,00.Essas informações estão publicadas no
Tribunal Superior Eleitoral, no Portal da Transparência do Governo do Estado. Isto porque parte dos pagamentos feitos pelo Governo do Estado a
essas empresas aconteceu por dispensa de licitação. “Devolver o dinheiro que
receberam por doação eleitoral. As empresas não fizeram doações, mas sim
investimentos”.
Conforme o
parlamentar, as empresas enviavam doações para a campanha de Roseana Sarney e,
dentro de poucos dias, passavam a receber por meio de contratos com o Governo
do Estado. Para os deputados, é grave o indício de ilícito nas relações entre
doares e contratos governamentais. Outros parlamentares da oposição que
participaram do debate, como Marcelo Tavares (PSB) advertiu que a maioria das
doações vieram de empresa da construção civil, sendo que uma dela, a JNS Canaã,
ganhou um contrato para construir parte dos 72 do Programa Saúde é Vida, mas
logo após a eleição entrou em processo de falência.
Marcelo Tavares, em
determinado momento do discurso, afirmou que haviam casos em que “empresas
recebiam dinheiro na segunda-feira e doavam para a campanha na quinta-feira. É
direcionamento ou mera coincidência?”. “Na nossa avaliação, agraciar doador
eleitoral com dinheiro público tergiversando a Lei de Licitações, pode
caracterizar peculato ou quem sabe prevaricação. O que nós percebemos é que o
Governo Roseana tem uma máxima de devolver o dinheiro que recebeu na
campanhaeleitoral. As empresas não fizeram doações, fizeram investimentos para
receber o seu dinheiro multiplicado”, arrematou Rubens Júnior.
Para o deputado
Marcelo Tavares, a denúncia de Rubens Júnior é algo de fato imaginável e
extremamente grave. “A governadora Roseana Sarney utilizou dinheiro público na
sua campanha, na medida em que boa parte dessas doações são simulações. O
Estado pagava para a empresa e poucos dias depois, a empresa retornava o dinheiro
para a campanha de Roseana. Isso tudo provado e registrado no Tribunal Superior
Eleitoral”, observa Tavares.
Diante das
acusações, o líder do bloco governista, deputado Roberto Costa (PMDB), nada
falou sobre o pagamento das construtoras que doaram para a campanha da
governadora, preferiu dirigir suas batarias para o presidente da Embratur e
pré-candidato ao governo em 2014, Flávio Dino (PCdoB).
Roberto concluiu o
pronunciamento sem citar o pagamento de R$ 618 milhões, mas fez um apelo a
oposição: “Peço à oposição, antes de atacar, vamos ver as responsabilidades que
vocês têm com o povo também. Porque, até agora, as promessas e os compromissos
que fizeram, nada foi cumprido nesta cidade e a população está cobrando. Então,
peço ao deputado Rubens Júnior que suba novamente a esta tribuna, mas suba e em
vez de atacar venha pedir perdão pelas centenas de trabalhadores escravos que
fizeram no Maranhão e que financiaram o Dr. Flávio Dino, isso é que nós
queremos”, discursou.
Carlos Alberto
Milhomem (PSD), Magno Bacelar (PV) e Manoel Ribeiro (PTB) também participaram
da discussão, mas, a exemplo de Roberto Costa, se limitaram a atacar Flávio
Dino sem responder ás acusações de que empreiteiras emprestaram dinheiro para a
campanha da governadora e receberam agora do estado R$ 618 milhões. Veja abaixo a relação dos principais doadores e quanto cada um
recebeu do contribuinte maranhense. (Blog Jorge Vieira)
Serveng Civilsan
S/A – R$ 0,5 milhão (doou R$ 1 milhão)
Dimensão Engenharia
Ltda – R$ 25 milhões (doou R$ 900 mil)
J N S Canaã
(falida) – R$ 16,7 milhões (doou R$ 750 mil)
Edeconsil
Construções Ltda – R$ 36,1 milhões (doou R$ 620 mil)
Egesa Engenharia
S/A – R$ 133,8 milhões (doou R$ 500 mil)
Lastro Engenharia
Ltda – R$ 94 milhões (doou R$ 300 mil)
Iris Engenharia
Ltda – R$ 63,7 milhões (doou 190 mil)
Proenge Engenharia
e Projetos Ltda – R$ R$ 51,8 milhões (doou R$ 70 mil)
Oliveira Alimentos
– R$ 11,1 milhões (doou R$ 3 mil)
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