A escassez
das chuvas não está prejudicando apenas os agricultores caxienses, mas, também,
o Rio Itapecuru, que abastece vários municípios maranhenses, incluindo Caxias.
O leito do rio, reduzido à metade, tem dado margem para que a erosão e o
desmatamento em seu entorno aumentem ainda mais o processo de degradação.
Alguns
agricultores decidiram estender ainda mais as roças na região ribeirinha. O
número de agricultores que plantam próximo ao Itapecuru não é grande, mas, se
cada um não ajudar a preservar o rio, a situação pode piorar em algumas
décadas, como atesta o ambientalista e biólogo Edimilson dos Reis.
“A gente já
fez um estudo e percebeu que sempre que a água recua o agricultor tende a
aumentar as linhas de roça que plantam e avançam rio adentro. Quando as chuvas
retornam, esse leito já foi degradado e isso afeta com o tempo o curso natural
da água porque não é uma erosão natural, mas causada pelo homem”, enfatizou o
especialista.
Não são
apenas os agricultores os responsáveis pela degradação do Rio Itapecuru.
Problemas urbanos ficam evidentes sempre que o leito seca no período da
estiagem. O principal responsável por essa poluição são as garrafas pets e as
sacolas plásticas.
Nas margens
do Itapecuru, o que não é arrastado pela correnteza fica preso às arvores
ribeirinhas. São milhares de sacolas e sacos plásticos. No município de Caxias
poucos projetos ou iniciativas existem para preservar o meio ambiente cuja
poluição fica bem clara quando o rio recua. O que falta, na opinião do
ambientalista, é consciência ecológica.
“Às vezes,
não é uma ação proposital. O saco se desloca com o vento e as garrafas entopem
o esgoto. Nem sempre é o caxiense que joga esse dejeto no rio, mas se houvesse
uma consciência ambiental isso seria até evitado. Tudo que cai no esgoto cai no
rio e quando ele seca o que não é arrastado vira entulho no seu leito”,
esclareceu o ambientalista.
Abastecimento
Com o leito
do rio cada vez mais prejudicado pela forte estiagem quem sofre é a população
caxiense. Toda a água oferecida na cidade é captada do Rio Itapecuru, e ter
água nas torneiras é cada vez mais difícil.
Com o
período de estiagem, o abastecimento de água em muitos bairros costuma
acontecer apenas uma ou duas vezes por dia. Em alguns deles, moradores reclamam
que a água costuma faltar com frequência, principalmente nos fins de semana.
Para evitar
o desabastecimento, muitas famílias estão adotando medidas alternativas e
armazenando água em recipientes plásticos dentro de casa.
A Bacia do
Itapecuru se estende a leste do Maranhão, ocupando área de sul a norte, em
terrenos relativamente baixos e de suaves ondulações, totalizando
aproximadamente 54.027 quilômetros quadrados.
O rio
constitui-se num divisor entre as bacias do Parnaíba, a leste, e a do Mearim, a
oeste. Seus principais afluentes são os rios Alpercatas, Corrente, Pucumã,
Santo Amaro, Itapecuruzinho, Peritoró, Tapuia, Pirapemas, Gameleira, Codó,
Timbiras e Coroatá.
Mais
A Bacia
Hidrográfica do Rio Itapecuru é formada por 36 municípios, o equivalente a
944.716 habitantes (IBGE 2000). É a maior bacia em extensão, com 1.090km, onde
o rio principal abastece aproximadamente 60% da população maranhense. Ocupa a
segunda maior área territorial, com 54.300 quilômetros quadrados. O preocupante
é que cerca de 500 mil hectares de áreas estão sem vegetação, 900 quilômetros
de cursos de água desprotegidos e 40% do território suscetível à erosão. (Do
Imirante.com)
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