Uma
nova polêmica entre ativistas gays, líderes religiosos e parlamentares das
bancadas evangélica e católica foi iniciada com a aprovação na Comissão de
Direitos Humanos e Minorias (CDHM) do projeto 1411/11, que desobriga templos
religiosos a celebrarem casamentos de pessoas do mesmo sexo.
O
projeto, de autoria do deputado Washington Reis (PMDB-RJ), prevê ainda que as
denominações religiosas poderão pedir a retirada de pessoas de dentro de seu
templo, caso estas se comportem de forma inadequada às crenças adotadas no
local, como no caso em que duas jovens ativistas gays se beijaram durante o
Glorifica Litoral, onde o pastor Marco Feliciano pregava.
“É
inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida a proteção aos locais de culto e
suas liturgias [...] Deve-se a devida atenção ao fato da prática homossexual
ser descrita em muitas doutrinas religiosas como uma conduta em desacordo com
suas crenças. Em razão disso, pelos fundamentos anteriormente expostos, deve-se
assistir a tais organizações religiosas o direito de liberdade de
manifestação”, justificou o deputado Reis, de acordo com informações do jornal
O Estado de S. Paulo.
O relator
do projeto, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), emitiu parecer favorável à ideia,
por entender que os direitos de liberdade de expressão não podem suplantar a
liberdade de crença: “Do contrário pode-se entender como verdadeira imposição
de valores que não são próprios das igrejas, sendo que, aqueles que não
concordarem com seus preceitos, basta eximir-se voluntariamente da participação
em seus cultos”, pontuou.
Boa parte
da mídia nacional noticiou a aprovação do projeto na CDHM como uma iniciativa
do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) que visava a proibição de homossexuais nas
igrejas evangélicas. Em seu Twitter, o presidente da CDHM posicionou-se a
respeito do assunto e negou que a iniciativa tivesse o teor das manchetes.
3) Todos tem o direito de ir e vir. Independente de sexo, cor ou fé,
todavia o respeito aos cultos, templos e homilias tem q ser observados.
— Marco Feliciano (@marcofeliciano) October 16, 2013
“Mais uma
vez uma parte da mídia mente deslavadamente! Dizendo que foi aprovado um
projeto que proíbe a entrada de pessoas em cultos. Quando aprenderem a ler os
projetos e interpretá-los sem preconceito talvez haja paz. Como podemos impedir
alguém de ir à igreja? Todos tem o direito de ir e vir. Independente de sexo,
cor ou fé. Todavia o respeito aos cultos, templos e homilias tem que ser
observados. Sejam todos bem-vindos aos cultos evangélicos e católicos! Cultuem
conosco! Adorem a Deus conosco! Um abraço a todos!”, publicou o pastor.
O projeto 1411/11 agora seguirá para apreciação na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, e se aprovado, será
encaminhado para votação no plenário da Casa. (Da Revista Crente Petencostal)
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