Por Robert Lobato
Mais
uma vez anunciam o “fim da oligarquia”, o “fim de império” e coisas do gênero.
A
“fundamentação teórica” da tese é, vejam só: pesquisas a mais de um ano das
eleições que apontam vitória em primeiro turno da oposição em 2014; e ,
pasmem!, a saída do deputado estadual Raimundo Cutrim (ex-PFL, ex-DEM, ex-PSD)
do grupo situacionista para entrar nas fileiras do PCdoB, saída esta
considerada pelo deputado Marcelo Tavares como um ato “revolucionário”, mesmo
sabendo que armas da “revolução cutriniana” é tão somente rancor e ódio.
Essas
leituras escatológicas da “oligarquia” não são novas, já foram feitas em vários
momento da história política do Maranhão. Lembro de duas mais recentes: o
rompimento do deputado Ricardo Murad com o grupo Sarney no início dos anos
2000; e a vitória eleitoral do governador Jackson Lago em 2006. Só que, como
sabemos, em nenhum dos dois casos, sejam por quais motivos tenham sido,
representou o “fim da oligarquia”, a “queda do império”.
“Quer
dizer que nunca o ‘império’ cairá, seu blogueiro?” – pergunta aquele dinista
raivoso.
Claro
que sim, como tudo nada vida há começo, meio e fim, sem falar que “tudo que é
sólido desmancha no ar”.
Só
que o fim de um processo histórico não é ato de vontade de uma pessoa, partido
ou grupo político, mas de um conjunto de fatores sociais, políticos, econômicos
e mesmo culturais.
Nesse
sentido, não é porque um deputado historicamente ligado ao grupo dominante
passou para a oposição que esta enterrará aquele. Aliás, a depender da
“qualidade” e não da “quantidade”, a ida de figurões sarneysista para engrossar
o caldo dos “Diálogos pelo Maranhão” poderá significar mais a renovação do
grupo Sarney do que desgaste do mesmo. Ou seja, paradoxalmente, a própria
oposição estaria ajudando na renovação da “oligarquia” .
No
mais, parece que o processo eleitoral de 2014 entrou numa fase do “vale tudo”,
do “salve-se quem puder”.
Atribui-se
ao velho oligarca Vitorino Freire a frase: “feio numa eleição é perder”.
Tenho
uma leve impressão de que esta máxima vitorinista tem orientado atualmente a
oposição.
Como
gosta de dizer um notório “camarada”: avante!
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