quarta-feira, 4 de setembro de 2013

“O fim da oligarquia”.

Por Robert Lobato


Mais uma vez anunciam o “fim da oligarquia”, o “fim de império” e coisas do gênero.
A “fundamentação teórica” da tese é, vejam só: pesquisas a mais de um ano das eleições que apontam vitória em primeiro turno da oposição em 2014; e , pasmem!, a saída do deputado estadual Raimundo Cutrim (ex-PFL, ex-DEM, ex-PSD) do grupo situacionista para entrar nas fileiras do PCdoB, saída esta considerada pelo deputado Marcelo Tavares como um ato “revolucionário”, mesmo sabendo que armas da “revolução cutriniana” é tão somente rancor e ódio.
Essas leituras escatológicas da “oligarquia” não são novas, já foram feitas em vários momento da história política do Maranhão. Lembro de duas mais recentes: o rompimento do deputado Ricardo Murad com o grupo Sarney no início dos anos 2000; e a vitória eleitoral do governador Jackson Lago em 2006. Só que, como sabemos, em nenhum dos dois casos, sejam por quais motivos tenham sido, representou o “fim da oligarquia”, a “queda do império”.
“Quer dizer que nunca o ‘império’ cairá, seu blogueiro?” – pergunta aquele dinista raivoso.
Claro que sim, como tudo nada vida há começo, meio e fim, sem falar que “tudo que é sólido desmancha no ar”.
Só que o fim de um processo histórico não é ato de vontade de uma pessoa, partido ou grupo político, mas de um conjunto de fatores sociais, políticos, econômicos e mesmo culturais.
Nesse sentido, não é porque um deputado historicamente ligado ao grupo dominante passou para a oposição que esta enterrará aquele. Aliás, a depender da “qualidade” e não da “quantidade”, a ida de figurões sarneysista para engrossar o caldo dos “Diálogos pelo Maranhão” poderá significar mais a renovação do grupo Sarney do que desgaste do mesmo. Ou seja, paradoxalmente, a própria oposição estaria ajudando na renovação da “oligarquia” .
No mais, parece que o processo eleitoral de 2014 entrou numa fase do “vale tudo”, do “salve-se quem puder”.
Atribui-se ao velho oligarca Vitorino Freire a frase: “feio numa eleição é perder”.
Tenho uma leve impressão de que esta máxima vitorinista tem orientado atualmente a oposição.
Como gosta de dizer um notório “camarada”: avante!

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